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Revolução De 30: Uma Resenha Comparativa Dos Textos De Boris Fausto E Ítalo Tronca (portuguese)

Autor:   •  June 25, 2011  •  Essay  •  918 Words (4 Pages)  •  3,345 Views

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Tive a felicidade de escolher fazer primeiramente a leitura do texto de FAUSTO. Digo isso porque facilitou ver os contrastes que existem entre entre este e o texto de TRONCA. O aspecto fundamental a ser percebido no texto do FAUSTO é a tentativa de revisão cuidadosa da influência exercida (de fato) pelos grupos de interesse da época - dentro de suas possibilidades práticas e do alcance de sua visão política. Mesmo os mais progressistas ainda eram muito vinculados à cultura do café.

Fausto deixa evidente que há limitação nas pretensões ideológicas do movimento tenentista. Isto não lhes permite construir uma agenda política consistente que articule alianças com outros segmentos da sociedade. Foram diversos os clubes e associações políticas construídas em torno de um ideário progressista que não vingaram por falta de coesão. Este é o argumento a que FAUSTO vai recorrer em diversos momentos do texto para descrever o problema político fundamental que culminou no Outubro de 1930: falta de coesão política. Obviamente essa falta de coesão não é total, houve diversas tentativas de aproximação entre o movimento tenentista e setores da classe média ao longo dos anos 20. O fato é que não foram bem sucedidos a ponto de desarticular as instituições que davam sustentação às elites agro-exportadoras.

No fim das contas, a Revolução de 30 não se caracteriza por um rearranjo das relações de produção na esfera econômica. Nem na condução de uma nova classe ao poder, pois para FAUSTO estas não se alteraram. Portanto, a Revolução de 30 só pode ser entendida lançando um olhar crítico e histórico ao longo da década de 20, em que se manifesta o inconformismo das novas classes médias.

O texto de TRONCA é crítico num sentido mais profundo: considera o esforço crítico-revisionista de FAUSTO mas denuncia o fato dele ou WEFFORT terem caído na armadilha ideológica da história dos vencedores. Diz isto porque considera errôneo pensar a existência de "vazios de poder", no qual os grupos de oposição não teriam autonomia suficiente para governar o Brasil. TRONCA se apóia no trabalho de DE DECCA ("1930, o silêncio dos vencidos"), em que expõe uma série de periódicos de oposição que antecederam a Revolução de 30. O material era uma clara propaganda revolucionária disseminada entre o operariado que enfatizava a ação do PCB. Ainda, conforme trabalho de MUNAKATA ("Trabalhadores urbanos no Brasil e suas expressões políticas: história e historiografia") que trata da efervescência política no operariado e o ímpeto de tomar o poder no Brasil, há uma luta de classes no Brasil que tratou de ser apagada da memória popular pela interpretação histórica dos vencedores.

TRONCA ainda se dedica a explicar a existência de um complexo embate envolvendo os setores à esquerda do espectro político. Afirma que o PCB foi bem sucedido

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